
Estiveste lá ontem? Não te vi. Não senti a tua presença por aquelas bandas. Quer dizer, para ser sincero, vi-te, falei contigo até, mas não eras tu. Eras outra qualquer. Ontem estiveste tão longe quanto perto quando me cumprimentaste e quando, a espaços, falaste comigo. Estavas tão distante como era enorme a minha vontade de te encontrar, e de facto, não te encontrei. Havia uma barreira qualquer que não deixou que eu te sentisse. Não era um muro, como na peça, com uma fenda por onde os amantes se falavam e se viam, não. Por esta barreira nenhum amante sentiria a presença do outro sequer. Era um muro maciço que impossibilitou qualquer contacto entre nós, quer dizer, entre mim e aquela outra pessoa que lá estava. E no entanto, estavas lá, mesmo à mão de semear, só que eu não fui capaz de chegar a ti. Não gostei muito daquela rapariga que foste naquela noite, não eras tu.
Depois, quando fomos embora, cada um pelo seu caminho, mandaste uma mensagem, esta era tua, eu sei: “trouxeste a camisa que eu gosto.” Eu respondi, mas respondi à outra, aquela que lá esteve nessa noite: “Tal como tu, eu não surpreendo.” Ainda embutido na desilusão de, como era de esperar, não teres ficado comigo, tu não a outra, mais um bocado.
Depois, quando fomos embora, cada um pelo seu caminho, mandaste uma mensagem, esta era tua, eu sei: “trouxeste a camisa que eu gosto.” Eu respondi, mas respondi à outra, aquela que lá esteve nessa noite: “Tal como tu, eu não surpreendo.” Ainda embutido na desilusão de, como era de esperar, não teres ficado comigo, tu não a outra, mais um bocado.
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