quinta-feira, 5 de novembro de 2009

BULLSEYE


Estou farto de mim. Já não aguento as mil indecisões que todos os dias me fazem sentir que perco o rumo, ou que estou a mudar de rumo. Já nem me apetece analisar as questões éticas ou morais, porra para isso. Estou a falar de conseguir decidir, a cada momento o que realmente quero. Pior! Estou a falar de assumir o que realmente quero. Fico perdido à espera de certezas que, naturalmente, nunca vou ter antes de levar as coisas para a frente. E, se calhar por isso, nunca as levo. Quando me acontecem coisas que me fazem questionar a minha vida, é normal que a questione, que me provoque para encontrar respostas, mas o problema é que, quando encontro essas respostas, raramente tenho capacidade para decidir de acordo com essas respostas. Tendo a deixar que a vida escolha por mim. E claro, a vida não escolhe nada, a vida acontece e eu fico a vê-la passar e a vê-la descontrolar-se à minha frente. Podem ser pequenas coisas, uma visão repentina ou uma frase que alguém que acabámos de conhecer nos diz, só de conversar connosco por um bocadinho, paz! Uma cacetada em poucas palavras, essa pessoa acertou na muche. Bullseye! Leu-nos com uma clareza com que nunca nos conseguimos ler, ou que nunca tivemos coragem para nos conseguir ler. E após isso? Ando uns tempos a pensar nisso, na pessoa ou na frase ou nas duas coisas, e depois o mais certo é deixar tudo na mesma, por conforto, medo ou questões práticas que me fazem acreditar, mesmo que possa não ser verdade, que essa decisão ou não é a melhor, ou não é exequível. Merda para isto tudo, dizem-me para pensar no meu mundo e em mim, que sou a única pessoa com quem vou mesmo ser obrigado a viver para o resto da minha vida, e é verdade, sou mesmo, mas isso não melhora nada desta confusão, porque se seguir um caminho e me arrepender, também tenho que viver nele… ainda por cima comigo.

Sem comentários:

Enviar um comentário