Quero ser uma bomba.
Sei lá, uma bomba relógio,
ou um cinto de explosivos
à cintura de um qualquer terrorista numa luta sagrada.
Uma bomba atómica.
Cogumelo de fogo.
Destruição que se prolonga no tempo,
por muito tempo.
Destruição institucional por uma grande bandeira,
uma grande potência.
Quero ser uma bomba de carnaval,
Bombinha chinesa que quase nunca sequer assusta,
que faz só um estalido…pum!
Que nem uma mão arranca nem um dedo,
apenas uma leve queimadura que dura o exacto instante de um “ai”.
Sou granada.
Contra a minha vontade sou granada.
Quando for atirado, cavilha armada (nem que seja em parva)
rebentamento calculado com grande grau de erro,
dependente do arremesso e da pontaria de um braço
e da força e destreza do lançador que grita:
“fire in the hole!” se for em ingles, claro,
Que “fogo no buraco” não dá estilo e não assusta.
E ao rebentar,
meia dúzia de estilhaços poderão marcar alguém,
destruir um pouco,
mas nem sequer são os muitos fragmentos de uma mina anti- pessoal,
furtiva e fatal para alvo indiferenciado.
NÃO! Nem mina sou.
Sou uma estúpida granada que espera explodir em boas mãos,
(aí matava de certo o dono das mãos).
Mas se explodir no ar,
cedo de mais,
longe do alvo, do objectivo
será estúpido o fim como a explosão,
como foi o planeamento desta missão a que chamo vida,
(planeamento inexistente)
tantas vezes em vão.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
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